sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Estrutura de Parque coloca em risco expansão da Fatec

Após polêmica da Unifesp, alunos de cursos técnicos reclamam de instalações.
Isabela Rosemback - Fonte: Jornal Vale Paraibano – 07/09/2007
Após a desfecho do impasse que se arrastava há dois meses entre a prefeitura e a Unifesp (Universidade Federal do São Paulo), em razão da falta de espaço para a expansão do Parque Tecnológico, alunos da Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), que ocupa o mesmo prédio, também se dizem preocupados quanto ao futuro dos cursos.
Instalados provisoriamente na antiga Solectron, os estudantes cobram agilidade na construção do campus previsto para o entorno do Parque e dizem que não há mais espaço na faculdade para abrigar novas turmas.
Na próxima semana, eles pretendem recolher assinaturas para um abaixo-assinado que deverá ser entregue a todos os vereadores em sessão na Câmara.
Além da demora do novo prédio, eles reclamam de falta de computadores no laboratório de informática, de problemas com acústica das salas e de má circulação de ar no espaço em que estão instalados.
Atualmente, a instituição pública de ensino mantém dois cursos na cidade: o de Logística com ênfase em Transportes e o de Informática com ênfase em Banco de Dados e em Redes de Computadores.
Outros cursos previstos para este ano tiveram que ser cancelados em razão da falta de espaço para abrigar novas turmas.
Medo – “Não queremos que aconteça com a gente o mesmo que aconteceu com a Unifesp. A Fatec trabalha com o que tem, mas isso já tem se tornado insuficiente. No último sábado, duas turmas de matérias diferentes tiveram aula na sala de informática, cm até quatro alunos por computador”, disse o aluno do primeiro semestre de informática, Flávio Araújo, 26 anos.
Inaugurada em março do ano passado e com regime semestral, ela caucula que até o final de 2008 as cinco salas que possui já estarão preenchidas.
Novo Prédio – A reivindicação dos alunos é de que o novo campos da faculdade comece a ser construído com urgência.
“Vamos organizar para cobrar agilidade no processo de construção do campus, porque vivemos de improvisos e precisamos de mais espaço” disse o aluno Perpétuo Rodrigues Peixinho, 25 anos.
“Nós, no momento, somos privilegiados por freqüentamos uma faculdade pública, mas e os outros que querem ingressar e não podem? Cadê a vontade política de fazer a cidade crescer? São José precisa de mão-de-obra especializada e há a necessidade de ampliar os núcleos de ensino, não a de limita-los”, disse a aluna do segundo semestre de Logística, Nicole Sanches, 26 anos.
Na próxima semana, o diretório acadêmico pretende pedir apoio à Câmara para pressionar a prefeitura a apressar a liberação do terreno para a construção do novo campus.
Ontem a Secretaria de Desenvolvimento Econômico afirmou que está em fase final de regularização da área, para ela ser doada para a Fatec.
Enquanto o novo prédio não é construído, eles reclamam da falta de circulação de ar na faculdade, problema que seria agravado pela existência de carpete nas salas de aula.
“Os alunos passam mal, principalmente os que têm alergia. Além disso, nós não podemos controlar o ar-condicionado porque ele é central”, disse a aluna de Logística Walewska Lima, 23 anos.
Eles também reclamam das divisórias das salas, que não isolam o som entre uma sala e outra, atrapalhando a concentração dos estudantes.
SDE promete resolver problemas
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico informou que deve se reunir com a Direção da Fatec na próxima segunda-feira para discutir as necessidades da instituição.
Ela afirma que, no momento, finaliza a regularização de um terreno no entorno do Parque Tecnológico, para que ele possa ser doado à Fatec em um curto período de tempo-ainda este ano.
“Não há a hipótese de transferência temporária do curso a outro prédio. O que os alunos precisam entender é que eles ocupam o Parque provisoriamente e que estamos providenciando a documentação para o novo campus”, disse a assessora de planejamento da pasta, Ângela Tornelli.
Sobre os problemas apontados pelos alunos, ela afirmou que pode ser feita uma vistoria no local.
Fatec – A Fatec informou que pretende iniciar as obras no começo do ano que vem, para entregá-las para o ano letivo de 2009.
“Já temos dois projetos de prédio escolhidos, com capacidade para 20 salas de aula. Temos pressa, também, para podermos abrir novos cursos”, disse o vice diretor superintendente do Centro Paula Souza, responsável pelas Fatecs, César Silva.
Ele também informou que no prazo de um mês os cursos de São José serão contemplados com 40 novos computadores. Sobre as paredes, ele afirma que elas foram reforçadas e que novas manutenções podem ser feitas. Para os carpetes, ele propôs a limpeza freqüente deles com aspiradores que os umedeça.
“Precisamos sair de um ciclo vicioso, de improvisos, para entrar em um ciclo virtuoso, antes que outras instituições ocupem nosso lugar”.Ricardo Santos, 31 anos, aluno de logística.
“A prefeitura tem interesse em manter a Fatec e vai negociar os prazos para entrega do campus. Não haverá problemas.”Ângela Tornelli, assessora de planejamento

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